Sempre levo comigo o mantra que diz:
"Não existe aluno ruim, existe um mau professor"
Já fui apedrejado por quem não entendeu direito essa frase. Alguns colegas falaram que não adianta o professor se qualificar, estudar, etc. se o aluno não está nem aí para ele.
Isso é verdade. É desestimulante entrar numa sala de aula e ver alunos desmotivados, sem vontade de aprender. Ou então, alunos cansados e esgotados para absorver conhecimentos.
Mas, para mim, o desestímulo precisa ser combatido. O cansaço tem que ser substituído com vontade de aprender coisas novas com estímulos externos do professor.
Lendo a Biografia do Steve Jobs de Walter Isaanson, me deparei com o seguinte trecho:
Que o Jobs é um gênio, não há dúvidas. Eu me atrevo a compará-lo com Thomas Edison. O trecho acima, mostra como um professor pode marcar a vida de um aluno (seja gênio ou não).
A Sra. Hill, aparentemente compreendeu que a rebeldia do Jobs era mais pela falta de entendimento ou pelo simples tédio de assistir aulas simples ou medianas sem desafios para alunos como ele do que pela rebeldia simplista.
Nesse quesito, a viabilidade de dar atenção a um ou dois alunos acima da média e a dar um tratamento diferenciado a uma turma de alunos medianos é um desafio de um bom professor.
Talvez esteja aí a diferença entre um bom professor e um professor, digamos normal.
Como fazer isso numa turma de 50 ou de 60 alunos?
Eis um desafio que requer dedicação, não por isso que a profissão de docente é uma das mais abnegadas que existem.
Por outro lado, eu perguntaria:
Quantos alunos acima da média perdemos, por nos preocuparmos eminentemente pelos mais fracos?
Há como fazer as duas coisas (se preocupar por alunos acima da média e pelos que não estão nesse patamar) ao mesmo tempo?
Nesses anos de docência do ensino superior já vi muitos alunos "gênios" serem nivelados por baixo. Estes perdem a vontade de estudar mais do necessário e acabam deixando os seus plus num lugar difícil de ser encontrado depois.
A professora Hill do Jobs se deu conta que ele era um aluno acima da média. Observou também que a revolta dele se devia ao fato de não ter desafios, por isso o estimulou.
Há relatos de que prêmios ou incentivos ajudam a desenvolver competências. Pelo menos o mercado remunera bem aos profissionais que apresentem essas características.